fonte: meionorte.com
No início da semana, nasceram em Inajás, no Pará, dois meninos siameses com um corpo e duas cabeças. Jesus e Emanuel estão internados na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) Neonatal da Santa Casa do Pará. Segundo o obstetra Júlio Elito, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), são raras as chances de sobrevida, mas existem casos de pessoas que chegaram à fase adulta.
"A chance de sobrevida é pequena. Geralmente, estes casos já apresentam óbito intrauterino ou há morte logo após o nascimento. Olhando só pela foto, parece que está tudo bem com eles, mas dentro do organismo eles têm duas colunas, comunicação de vasos etc. Eles têm uma anatomia interna muito alterada", destaca o médico.
Um dos meninos apresenta dificuldades respiratórias e precisa de cuidados especiais. As americanas Abigail Loraine Hensel e Brittany Lee Hensel também dividem um só corpo e completaram 21 anos neste ano. Ao contrário dos brasileiros, que dividem o coração e outros órgão, as irmãs têm dois corações, quatro pulmões e dois estômagos, apesar de terem um só tronco, com dois braços e dois seios.
A incidência de gêmeos siameses é de 1 para cada 60 mil, mas o caso dos paraenses é ainda mais raro: 1 para 100 mil. Elito lembra que a alteração ocorre aleatoriamente, sem um fator de risco.
Genética dos gêmeos siameses
Os gêmeos siameses são produto da fecundação de apenas um ovulo e um espermatozoide, assim como os gêmeos idênticos. A diferença é que há um escape tardio de células do zigoto, então, formam-se dois fetos, mas unidos.
"Se a separação se dá após 3 dias da fertilização, são formados 2 embriões com duas bolsas e duas placentas e os gêmeos são idênticos. Se o escape é mais tardio, pode haver uma placenta e duas bolsas ou uma bolsa e uma única placenta. Já se a separação de células é após o 13º dia, temos os gêmeos siameses", explica o obstetra.
A diretora assistencial da Santa Casa, Neila Dahas afirma que “é importante entender que são duas crianças e não uma criança com duas cabeças. Elas já foram submetidas a uma bateria de exames, que constatou que ambas têm cérebros distintos e duas colunas, mas dividem os outros órgãos”.
Dahas diz que ainda não é possível saber como será o desenvolvimento dos bebês e nem como a saúde de um afeta o outro. A cirurgia para separação é impossível já que eles dividem órgãos vitais.
A mãe, Maria de Nazaré, de 23 anos, que tem outros três filhos, disse ter feito todo o pré-natal, exceto a ultrassonografia. De acordo com ela, os bebês nasceram com saúde e mamaram.
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