Filho de Jackson chama Zé Reinaldo e Flávio Dino de ‘oportunistas, gatunos loucos e sedentos pelo poder’
Em artigo virulento publicado neste final de semana em blogs e pelo jornal Extra, onde comenta a decisão do STF de validar a Lei da Ficha Limpa somente a partir de 2012, o filho do ex-governador Jackson Lago (PDT), médico Igor Lago, faz um verdadeiro desabafo contra o ex-deputado Flávio Dino (PCdoB) e o ex-governador José Reinaldo (PSB).
Chama o comunista e o socialista de “oportunistas” e “figuras gatunas loucas e sedentas pelo poder” por terem difundido em reuniões nas eleições do ano passado que Jackson Lago não seria candidato por ser “ficha-suja”. “A primeira (José Reinaldo) acabou e, a segunda (Flávio Dino), desfila como uma espécie de Rei Luis XIV da França na oposição (?), o inesquecível Rei Sol?”, afirma Igor Lago.
No artigo, o filho do ex-governador faz várias críticas à “oligarquia Sarney”, a quem atribui a cassação do pai pelo TSE em 2009. No entanto, não poupa nem o Jornal Pequeno, classificado por ele como “um panfleto de José Reinaldo”.
O matutino, o ex-deputado e o ex-governador reagiram às criticas em nota publicada neste domingo, na coluna que o diretor de redação Lourival Bogéa assina como “Dr. Pêta”.
“É cada um que aparece nesse ‘terreiro político’ do Maranhão! Tem um agora que ‘caiu do nada’ para querer esculhambar o ex-governador Zé Reinaldo e o quase governador Flávio Dino. Como diria o velho e saudoso Caetano Costa, ‘moreno, tome tenência’! Zé Reinaldo foi peça chave para Jackson Lago se eleger governador. Isso até as pedras da Praia Grande estão cansadas de saber. E o Flávio Dino, além de aliado de Jackson em 2006, advogou para ele no processo de cassação e conseguiu empurrar pra frente o caso que depois outros não cuidaram com o mesmo zelo e deu no que deu. Aqui uma dica para o ‘esculhambador’… e grátis: ‘meu filho, quem derrubou seu ‘papi’ foi ‘Don Bigodon’, então, mire o alvo certo e deixe de procurar ‘chifre em cabeça de cavalo’”, diz Lourival.
Abaixo, a íntegra do artigo de Igor Lago:
O imbrólio acabou
Um ministro, o recentemente nomeado, o senhor Fux, deu o seu voto sobre a questão da aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa já para as eleições de 2010.
Reconheceu, como todos nós, a importância da lei para o combate à corrupção brasileira. Votou contra! Apesar de toda a pressão das corporações jurídicas que tem atuado de forma que deixa a desejar em muitos aspectos, especialmente o ético e o moral.
Mas, como muitos de nós, respeitou a Constituição Federal – esse pedaço de papel que, com seus artigos e coisas e tal, nos garante muitas coisas, dentre elas, os direitos e deveres de cidadão. Seja feia ou bonita, completa ou incompleta, conservadora ou progressista, esse pedaço de papel – o nosso maior papel -, deve ser cuidado e tratado com carinho e afeição. Não pode ser alterado ao bel prazer de uns e outros, mesmo que os motivos sejam justos.
Me vem à memória uma máxima que o grande pensador italiano Norberto Bobbio gostava de citar: ‘O fim bom salva até os piores meios ou os meios maus corrompem até os piores fins?’. Cabe a cada um de nós julgar!
Agora, neste exato momento, congratulo a decisão do STF. Me junto à felicidade do casal Capiberibe que foi injustamente cassado no ano de 2004 numa manobra rasteira (como sempre!) de senhores da estirpe de um José Sarney, Nelson Jobim e Renan Calheiros.
Me junto à felicidade do governador Cunha Lima, que foi vítima da perseguição sarneysista, a fim de encobrir o que viria logo a acontecer naquele Tribunal Superior Eleitoral a respeito do Maranhão no final de 2009. A estratégia era cassar primeiro o governador da Paraíba e, logo a seguir, o do Maranhão.
Assim, acreditavam os senhores de nossos destinos que seria mais assimilável à opinião pública a cassação de um governador que derrotara a mais atrasada oligarquia brasileira.
Essa decisão torna o Brasil menos pequeno, pois aqui, nesta terra feita para os outros, desde sempre, aos trancos e barrancos, pois fomos feitos para atender aos portugueses, depois ingleses e americanos, às vezes, tomamos o nosso destino nas nossas mãos (como agora), em decisões e disposições como esta. Infelizmente, as eleições já se passaram. Não tivemos esse julgamento antes das mesmas.
No Maranhão, esse imbróglio afetou em cheio a candidatura daquele cidadão que tinha a maior legitimidade de ser candidato ao governo, pois fora vítima de um dos piores erros de um Tribunal jurídico brasileiro. Tribunal Superior, digamos de passagem! Afetou as candidaturas do ministro Vidigal e do deputado federal Roberto Rocha que poderiam ser melhor avaliados e votados.
Lembro do oportunismo de algumas figuras que usaram e abusaram desse imbróglio como mote principal de suas campanhas. Lembram dos senhores Zé Reinaldo e Flávio Dino? O que eles diziam nas suas reuniões pelo Estado? Que o Jackson não pode ser candidato! O voto no Jackson não vale! O Jackson foi cassado e é ficha suja!
Mero oportunismo de figuras gatunas loucas e sedentas pelo poder. A primeira acabou e, a segunda, desfila como uma espécie de Rei Luis XIV da França na oposição (?), o inesquecível Rei Sol? De novo, só a idade, pois a forma como tentou entrar na política em anos anteriores e, como finalmente entrou em 2006, usando de sua toga de juiz e as mesas do Palácio dos Leões, após ter caído nas graças do governador de então – o senhor Zé Reinaldo-, tornou-se um deputado federal eleito ao estilo dos piores representantes da oligarquia maranhense.
Destacou-se no Congresso como representante das corporações jurídicas, mas não me lembro de nenhum discurso do senhor Flávio Dino denunciando as mazelas da oligarquia, assim como não li nenhum de seus prolixos artigos de quarta-feira no Jornal Pequeno (que se transformou num panfleto do senhor Tavares) tratando a respeito da cassação do governador perseguido pela oligarquia que lhe apoiou nas eleições de 2008 em tudo e de todas as formas.
Pois aí está, senhores, o resultado final de seu oportunismo! Uma vitória da oligarquia no primeiro turno que vocês ficam alegando somente às costumeiras fraudes; mas, eu acrescento que também foi resultado das manobras sujas e chulas usadas por vocês durante a campanha eleitoral para atingir a candidatura Jackson Lago.
Induziram o eleitor anti-sarney a votar no candidato Dino com as estórias já citadas e, com isso, também levaram muitos eleitores e líderes políticos a votar na candidata Roseana. Foi um resultado circunstancial! Acredito que a organicidade das oposições não está representada nesse resultado de 2010, pois o mesmo foi deturpado violentamente pelo imbróglio Ficha Limpa e a esperteza dos concorrentes.
Política com “P” maiúsculo não se faz só com conversa. Se faz com retidão, com respeito à Moral e à Ética, com respeito à Democracia e seus mais elementares valores.
Até breve.
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